Figurino
- Maria Helena
- 5 de nov. de 2017
- 2 min de leitura
O figurino no cinema e em produtos audiovisuais no geral, devem sempre ter uma função na história, não diferente da cenografia, cabelo e maquiagem e harmonização de cores. Há quase 70 anos, a Academia de Artes Cinematográficas premia o melhor figurino entre os indicados ao Academy Awards (OSCARS); os critérios para essa escolha são a verossimilhança de acordo com fatores como período histórico e localização geográfica e a importância narrativa das peças e de sua combinação.

Figurino de Milena Canonero para Marie Antoinette (2006) de Sofia Coppola.
Para um ator é extremamente importante o estudo do figurino de seu personagem, pois ele diz muitas coisas sobre ele, que mesmo estando no roteiro, se tornam "reais" quando palpáveis, com a sensação de vesti-los e de se ver vestido; o figurino é um dos principais fatores para incorporar o personagem. Para um roteirista também é essencial pensar os figurinos de acordo com a descrição e biografia dos personagens, pois o modo como são e o que está acontecendo nesse momento de suas vidas, sua classe social, visão de mundo, relacionamento com as pessoas próximas e com a sociedade, entre outras coisas, afeta diretamente o modo como se vestem e se portam.
A direção de arte é a área do projeto responsável por encontrar ou produzir os figurinos, e para isso é necessário todo esse trabalho prévio, em questões técnicas como as medidas e a movimentação corporal dos atores em cena, e as questões de construção das personagens que irão ditar materiais, cores e tipos de roupas, considerando também o que acontece em cada cena.

Figurino de Jenny Beavan para Mad Max: Fury Road (2015) de George Miller.
Em "Morada", não foi diferente, os figurinos também contam a história, mostrando principalmente o desleixo da mãe, justificado pela tristeza crescente que a partida da filha lhe causa, trazendo a tona outros sentimentos de abandono, como na época em que se divorciou; deste modo, vivendo sempre dentro de sua cabeça e sentindo que sua vida está perdendo o sentido aos poucos, suas roupas não parecem mais importantes para ela. Já pelas roupas de Rose percebemos que esse é um momento de amadurecimento para ela pela forma infantil que age e se veste no início da história e depois em São Paulo, com roupas mais descoladas, coloridas e maquiagem mais vibrante e chamativa.

Um dos figurinos de Rose em São Paulo, em Morada (2017).
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